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domingo, 7 de dezembro de 2014

O Papa do Povo






Considerado um homem de gestos simples, afável e defensor dos pobres, o Papa Francisco, 76 anos, é o 266º Papa da igreja Católica e atual Chefe de Estado do Vaticano, sucedendo a Bento XVI.

Jorge Bergoglio decidiu ser padre quando Amalia, namorada de infância, rejeitou o seu pedido de casamento. A troca de cartas entre ambos foi finalizada pelos pais de Amalia, que trataram de garantir que a jovem nunca mais visse Bergoglio. “Leram apenas uma e custou-me uma bofetada do meu pai”, recorda Amalia, atualmente com 76 anos.

É o primeiro Papa não europeu em 1200 anos e o único jesuíta da história do Vaticano. O Papa Francisco tomou posse do seu cargo no dia 13 de Março, depois de Bento XVI abdicar do papado em Fevereiro. Numa altura em que a Igreja Católica está fragilizada, devido aos diversos escândalos que a envolvem, o que distingue o Papa Francisco de Bento XVI?

Joseph Ratzinger, agora Pontífice Emérito, tornou-se Papa da Igreja Católica em Abril de 2005, após a morte de João Paulo II. Apresenta-se como um homem recatado, tímido e simples, mas foi muitas vezes criticado pela imprensa.

A sua firme negação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e a atitude pouco clara em relação aos crimes sexuais contra menores, sendo até acusado de participar no encobrimento de casos de pedofilia, foram os aspetos mais controversos deste pontificado. Noutro episódio, em Setembro de 2006, Bento XVI provocou protestos no mundo muçulmano ao citar o imperador bizantino Manuel II, que descreveu o profeta Maomé como um propagador de ideias “ruins e desumanas”.~

Se em muitas ocasiões o antigo Papa se remetia ao silêncio, nomeadamente, acerca dos escândalos sexuais, o Papa Francisco defende abertamente a punição dos agressores e, com isso, a credibilização da Igreja.

A própria escolha do nome Francisco é um indicador de mudança no papado. Ao evocar o Santo de Assis, apóstolo da pobreza, o pontífice apela a “uma Igreja pobre para os pobres”, afirma que “a minha gente é pobre e eu sou um deles” e ambiciona construir uma Igreja Católica rica mas sem luxúrias.

Essa mudança é visível não só nos gestos simbólicos - como a simplicidade no vestir ou a renúncia às joias - mas também na intenção de conduzir o "grande serviço do ministério do Papa à sua verdade e à sua funcionalidade" e "dar prioridade à vitalidade pastoral, não deixando que a burocracia administrativa tome o primeiro lugar".

No passado dia 12 de abril, sexta-feira, o Papa Francisco deu o primeiro passo para a reforma da cúpula da Igreja Católica, ao nomear um conselho que vai estudar mudanças na constituição apostólica. Entende-se que esta reforma seja lenta, mas os oito cardeais têm até outubro para estudar propostas e apresentá-las ao Papa.


(traballho realizado a 14.04.2013, no âmbito da cadeira de Seminário do Jornalismo)


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