Pode-se definir o comportamento político como sendo "qualquer ação de um indivíduo ou grupo que influencie a distribuição dos recursos". Afinal de contas, é disso que a política trata: quem recebe o quê, como e quando.
Mas a "política humana" está também sujeita a certos padrões recorrentes de comportamento ao longo do tempo e das culturas.
Uma perspetiva biopolítica pode ajudar a perceber melhor o que move alguns indivíduos para o poder, o "status", o prestígio e outros benefícios que daí advêm.
Desenganem-se aqueles que (ainda) acreditam na ideia segundo a qual os políticos, em qualquer sociedade, fazem o que fazem em prol dos outros. Não há evidências que as pessoas que procuram o "status" e o prestígio dos cargos de poder tenham qualquer tipo de propensão natural em termos de consciência coletiva ou de sacrifício pelos outros.
O paradigma biopolítico que defendo mostra justamente o contrário, por muito que isso nos "doa". O "status" e prestígio que os políticos procuram não são nem em nome, nem para o bem dos outros, mas para o deles próprios.
É expectável que usem de acordo com esta lógica da mesma forma que o fazem argumentando exatamente o contrário.
(artigo de opinião do consultor, docente universitário e investigador, Paulo Finuras em: http://www.dn.pt/inicio/opiniao/jornalismocidadao.aspx?content_id=3788748)
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