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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Poliamor: o amor sem fronteiras - Artigo de Opinião






«Dois é bom, três é demais». Esta é (talvez) daquelas frases que não se encaixam no conceito de Poliamor.

Este é um tema que muitos o conhecem bem e outros (quase) nunca ouviram falar. Tomei conhecimento deste assunto – do Poliamor – em 2009 ou 2010. Foi através daquele que, por norma, dá a cara e assume-se como poliamoroso. Sim, foi o meu professor.

Ontem, dirigi-me a ele, quase como forma de receber o “OK” de poder escrever acerca deste tema. Sabia tanto ou quase nada como vocês, até que pesquisei e tive, de igual forma, o privilégio de ouvir alguém com voz sobre o assunto.

Antes de mais, e isto porque eu também confundia os conceitos, temos de ter em atenção que Poligamia e Poliamor são coisas distintas.

Ora vejamos: entende-se por poligamia a união de um homem com várias mulheres e vice versa; enquanto que o poliamor pressupõe uma igualdade de direitos, não só entre sexos, mas entre pessoas.

“Poliamor é a ideia de que se pode ter de facto mais do que uma relação afetiva, romântica e/ou sexual, com o consentimento informado de todas as pessoas envolvidas, bem como o respeito, preocupação e empatia das mesmas”, esclarece o poliamoroso, Daniel Cardoso.

Quanto mais lia sobre o Poliamor, mais questões me surgiam. Primeiro, a nível sexual, questionei-me se, de vez enquanto, haviam relações em grupo; segundo, quando os membros de uma relação não-monogâmica decidissem ter filhos como é que seria.

Bem, quanto à questão dos filhos, li num artigo que os poliamorosos consideram que, uma vez que existem mais adultos, as crianças recebem mais amor e educação, bem como de haver mais recursos financeiros.

“Os poliamorosos consideram que, com ou sem reconhecimento do Estado ou da Sociedade, os modelos de família são múltiplos”.

Em relação à questão da atividade sexual, visto que não tinha a resposta, dirigi-me mais uma vez ao único poliamoroso assumido que conheço. Ao qual me respondeu que “todas essas coisas são decididas pelas pessoas em questão”.

A Sociedade considera-se modernizada, mas na verdade, quando se depara com pessoas do mesmo sexo (homossexuais) a beijarem-se ou várias pessoas (poliamorosos) a trocarem carinhos em público, as suas expressões dizem tudo. Aquele olhar de admiração ou aquelas expressões de “nojo” são visíveis. Porque não assumir que não estamos preparados para ir mais além do conhecido e do “aceitável”?!

Bem, digo-vos já que não sou e acho que nunca conseguirei ser poliamorosa, visto ser demasiado ciumenta e não ter a capacidade de partilhar “aquilo que é meu”. Quanto à questão das escolhas que as pessoas fazem, considero que “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Ou seja, devemos aceitar que as pessoas escolham a sua forma de ser feliz.

Na medida em que a monogamia é o único modelo relacional contemplado na lei, os poliamorosos lutam por direitos iguais e de reconhecimento social, pois consideram que só se privilegia a monogamia.

Em suma, devemos entender que, tanto uma relação poliamorosa como uma relação monogâmica, necessitam de características inerentes a cada um de nós. Pois, em ambos os casos, é necessário que todos os envolvidos se sintam seguros e tenham certeza do que realmente desejam.


Andreia Teixeira

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