«Dois
é bom, três é demais». Esta é (talvez) daquelas frases que não se encaixam no
conceito de Poliamor.
Este
é um tema que muitos o conhecem bem e outros (quase) nunca ouviram falar. Tomei
conhecimento deste assunto – do Poliamor – em 2009 ou 2010. Foi através daquele
que, por norma, dá a cara e assume-se como poliamoroso. Sim, foi o meu
professor.
Ontem,
dirigi-me a ele, quase como forma de receber o “OK” de poder escrever acerca
deste tema. Sabia tanto ou quase nada como vocês, até que pesquisei e tive, de
igual forma, o privilégio de ouvir alguém com voz sobre o assunto.
Antes
de mais, e isto porque eu também confundia os conceitos, temos de ter em atenção
que Poligamia e Poliamor são coisas distintas.
Ora
vejamos: entende-se por poligamia a
união de um homem com várias mulheres e vice versa; enquanto que o poliamor pressupõe uma igualdade de
direitos, não só entre sexos, mas entre pessoas.
“Poliamor
é a ideia de que se pode ter de facto mais do que uma relação afetiva,
romântica e/ou sexual, com o consentimento informado de todas as pessoas
envolvidas, bem como o respeito, preocupação e empatia das mesmas”, esclarece o
poliamoroso, Daniel Cardoso.
Quanto
mais lia sobre o Poliamor, mais questões me surgiam. Primeiro, a nível sexual,
questionei-me se, de vez enquanto, haviam relações em grupo; segundo, quando os
membros de uma relação não-monogâmica decidissem ter filhos como é que seria.
Bem,
quanto à questão dos filhos, li num artigo que os poliamorosos consideram que,
uma vez que existem mais adultos, as crianças recebem mais amor e educação, bem
como de haver mais recursos financeiros.
“Os
poliamorosos consideram que, com ou sem reconhecimento do Estado ou da
Sociedade, os modelos de família são múltiplos”.
Em
relação à questão da atividade sexual, visto que não tinha a resposta,
dirigi-me mais uma vez ao único poliamoroso assumido que conheço. Ao qual me
respondeu que “todas essas coisas são decididas pelas pessoas em questão”.
A
Sociedade considera-se modernizada, mas na verdade, quando se depara com
pessoas do mesmo sexo (homossexuais) a beijarem-se ou várias pessoas (poliamorosos)
a trocarem carinhos em público, as suas expressões dizem tudo. Aquele olhar de
admiração ou aquelas expressões de “nojo” são visíveis. Porque não assumir que
não estamos preparados para ir mais além do conhecido e do “aceitável”?!
Bem,
digo-vos já que não sou e acho que nunca conseguirei ser poliamorosa, visto ser
demasiado ciumenta e não ter a capacidade de partilhar “aquilo que é meu”. Quanto
à questão das escolhas que as pessoas fazem, considero que “primeiro
estranha-se, depois entranha-se”. Ou seja, devemos aceitar que as pessoas
escolham a sua forma de ser feliz.
Na
medida em que a monogamia é o único modelo relacional contemplado na lei, os
poliamorosos lutam por direitos iguais e de reconhecimento
social, pois consideram que só se privilegia a monogamia.
Andreia Teixeira
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