Intitulados de «potencialmente
perigosos», de «armas» ou de «assassinos», as raças Tosa Inu, Fila Brasileiro,
American Pitbull Terrier, Rottweiller, Dog Argentino, Stafforshire Bull Terrier
e Stafforshire Terrier Americano, veem assim, as suas identidades perdidas. Mas
afinal o cão é o espelho do Homem ou o Homem é o espelho do cão?
Foram
várias as manchetes, na imprensa portuguesa, sobre ataques de cães a pessoas.
Desde há 11 anos para cá, as leis sobre as «raças potencialmente perigosas» sofrem
constantes alterações.
Em
2008, em entrevista para o Jornal Nacional, da TVI, Miguel Sousa Tavares
afirmava que um “cão de ataque não tem outra finalidade se não atacar”,
acrescentando que “não consigo perceber para que é que uma pessoa quer um cão
destes, isto é uma arma”.
“Os
cães denominados de potencialmente perigosos são tão perigosos como qualquer
outra raça”, afirma o veterinário da Clínica Restelo Vet, Nuno Pauleta. “Simplesmente
eles têm um porte físico que, quando se tornam agressivos, causam danos muito
maiores do que as outras raças”, acrescenta.
Para
alguns, talvez seja difícil entender que o cão é o espelho do Homem. Talvez
seja altura de criar e repensar em novas leis que punam verdadeiramente o Homem
e não o animal. Pois a maioria dos ataques de cães a pessoas, acontecem porque
os donos não tomam as devidas precauções.
“Existem
de facto raças mais poderosas do que outras e com instintos mais presentes do
que outros. Estas raças têm um instinto de caça e defesas superiores a outras
raças. No que diz respeito aos donos, existem de facto donos perigosos. O dono
perigoso é aquele dono que não socializa o cão com outros cães e com pessoas.
Que não treina nem disciplina o seu cão”, afirma Miguel Godinho, treinador de
cães da Quinta D´Alcateia.
Respondendo
às afirmações de Miguel Sousa Tavares, penso que foi infeliz nas suas palavras.
Respostas destas vêm de quem não tem nem quer ter conhecimento sobre este
assunto.
Para
quem não sabe, sou dona de um american staffordshire terrier, atualmente com 11
anos. Se não tivesse tido a oportunidade de viver esta experiência, de conviver
com um cão intitulado de raça potencialmente perigosa, talvez hoje, tivesse a
mesma opinião que a maioria da sociedade.
Não
posso dizer que estes 11 anos tenham sido um “mar de rosas”. Infelizmente, o
meu cão passou por experiências menos agradáveis na sua vida. A culpa não foi
dele, foi de quem pensou que ter um cão destes é a melhor solução para
intimidar os outros.
Os
que me conhecem, bem como a história/evolução do meu cão, ficam maravilhados a
olhar para ele e pensam: “quem o viu e quem o vê”. É verdade, concordo com
vocês. Atualmente é um cão mais sociável, carinhoso e brincalhão. As pessoas
ficam espantadas quando digo a idade dele. Mas é verdade, tem 11 anos.
Por
isso eu digo, se um dia o salvei, um dia ele também me salvou.
Em Portugal, mais de 10 mil cães das sete raças definidas como
potencialmente perigosas estão registados na Direção-Geral.
ver mais em: http://identidadesperdidascaes.blogspot.pt/
Andreia para além de muita informação útil, concordo plenamente. Não posso ainda deixar de te dizer o quanto me comoveu o final ''Por isso eu digo, se um dia o salvei, um dia ele também me salvou.''.
ResponderEliminarObrigada,
Beijinhos
Olá Verónica,
EliminarObrigada por gostares e comentares. Quanto ao ele me salvar e vice versa, é verdade. Talvez um dia escreva sobre esse capítulo da minha vida. Adianto já que foi a partir desse dia que percebi o porquê de ele entrar na minha vida.
Beijos.
Conheco o spike desde que ele tinha meses...e andava acompanhado da sua famosa garrafita de plastico :D Ficou 9 anos sem me ver, e quando finalmente o fui ver...cheirou-me, abanou-se todo e deixou-me dar-lhe 9 anos de festas :D encheu-me a alma...! A ignorancia das pessoas não me deixa ser isento neste assunto...se os filhos sao espelho dos pais...porque um cão não é espelho dos donos? o processo é o mesmo...é necessario dar educação a ambos... Tas de parabens andreia, muito be. :) continua o excelente trabalho :D
ResponderEliminarOlá Ivan,
EliminarAntes de mais obrigada pelas tuas palavras. És um bom testemunho para falar sobre a evolução do NOSSO Spike.
PS: espero que o dia de teres o teu esteja para breve ;)
Beijos