Nem
sempre nos sentimos felizes no seio da nossa “família de sangue”, por isso, temos
a liberdade de escolher a nossa “família de afinidade”. E eu escolhi a minha. Tenho
aqueles a que chamo de pais adotivos, tios do coração e irmãos. E, quando perdemos
um membro que amamos, como nos sentimos?
Posso
escrever sobre a dor, mas nunca conseguirei descrevê-la na sua totalidade. É uma
dor que carrego todos os dias. É a saudade daquele abraço e das suas palavras
sábias. É a saudade dele. Do meu irmão. E é a esperança que não passe de um
pesadelo…
Passaram
dois anos e ainda distingo o seu cheiro ou sei do seu abraço. Lembro-me da sua
voz e do seu sorriso. Lembro-me dos nossos (inúmeros) momentos de irmãos. São meus
e dele. Nossos…
Após
a sua repentina partida, metade de mim partiu com ele. Sou outra pessoa. Que vive
agarrada a um passado presente, cujas lágrimas são de raiva e de dor.
Comecei
a questionar o que é a vida?! Ou a morte?! Qual o nosso principal papel na
Terra?! De tudo o que vejo ou acredito, há mais para além disto. Há vida
algures noutro lugar. Há uma nova forma de contacto com quem mais amamos. Eles não
“morrem”.
Deixei
de ter medo da palavra «morte». E todos aqueles momentos que me prometeu, mas
que não está cá para os “cumprir”, ele há de estar presente, mas à sua maneira.
Engraçado
como em dois anos o caminho que percorro é tão diferente. E as marcas do
caminho que algum dia percorri vão desaparecendo, mas não se esquecem. Limitamo-nos
a seguir em frente. Tornamo-nos outras pessoas…não sei se melhores ou piores.
E
como ninguém substitui ninguém, ele há de ser eternamente meu. Meu irmão. Ou a
minha estrelinha cintilante.
Se está vivo no nosso coração, então está vivo!
Se está vivo no nosso coração, então está vivo!
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