A «Geração Silenciosa»
caracteriza as pessoas que nasceram entre os anos de 1925 e 1945 (atualmente
com idades compreendidas entre os 69 e 89 anos). Esta geração viveu os anos
loucos da década de 20, a pós-Primeira Guerra Mundial, a Grande Depressão
(quebra da bolsa de 1929) e a Segunda Guerra Mundial. Outros momentos
históricos vividos por esta geração são a Guerra Civil Espanhola (1936), os
movimentos caracterizados pelo nacionalismo e por colocar no poder ditadores,
como por exemplo, Adolf Hitler (nazismo), Benito Mussolini (fascismo), António
Salazar (salazarismo) e Francisco Franco (franquismo).
Para
esta geração, o trabalho era a grande preocupação das pessoas, pois estas
entravam no mercado de trabalho muito cedo com o intuito de poderem ajudar a
família a sustentar-se. Aquilo a que atualmente designamos de “horários de
trabalho” não existia na época, pois as pessoas só saíam das empresas quando o
trabalho estivesse totalmente concluído.
Durante
anos, as mulheres só se ocupavam com as «lides domésticas», mas quando ocorreu
a Segunda Guerra Mundial estas, assim como as crianças, tiveram de começar a trabalhar em fábricas, porque os
homens tiveram de ir para a guerra. Duas das características mais vísiveis
neste período, é que muitas das mulheres, por trabalharem sempre em casa, não
eram alfabetizadas e a estrutura militar era exemplo para as empresas, tanto na
autoridade quanto na hierarquia.
Devido
ao acontecimento da Grande Depressão, esta geração viu-se assombrada pela crise
económica mundial que fez estremecer seriamente a economia a nível global. Após
este período, foi prioritário restabelecer a ordem económica mundial.
Apesar
dos jovens da Geração Silenciosa viverem estes momentos históricos, não
prestaram serviço militar durante a Segunda Guerra Mundial dada à sua tenra
idade. Ainda assim, testemunharam a luta dos seus familiares em tempos de
guerra.
Dentro
da caracterização da «Geração
Silenciosa» devemos ter em conta os seguintes fatores:
1. Tradicionalismo
e respeito aos valores pré-estabelecidos: esta geração não rompeu de forma
alguma com os padrões deliberados anteriormente.
2. Família
como base da sociedade: esta geração é marcada por a mulher ficar em casa a
tratar das tarefas domésticas e cuidar dos filhos, enquanto o homem vai
trabalhar para sustentar a sua família.
3. Respeito
à religião: as pessoas que marcam a geração silenciosa iam à missa todos os
domingos e cujos filhos tinham de fazer a catequese e a primeira comunhão. De
certa forma, a religião tinha a sua função social e tinha que ser respeitada.
4. Orgulho
nacionalista: podemos caracterizar a geração silenciosa pelo seu
nacionalismo e pela glorificação do passado nacional e dos grandes heróis que
fizeram parte da história.
5. Práticas,
dedicação e gosto pelas hierarquias rígidas: presenciados os tempos de
guerra, a geração silenciosa é considerada uma geração sobrevivente e como tal,
aprendeu que é necessário ser prático e dedicar-se a um objetivo para conseguir
atingí-lo. Assim, tal como os soldados que lutaram na guerra obedeciam a uma
hierarquia militar para poderem ser eficazes no que faziam, esta geração aprendeu
a não questionar, respeitar as autoridades, são disciplinados e colocam o
trabalho em primeiro lugar.
Os
principais valores da geração silenciosa são a família, o trabalho e a moral.
Ascensão das mulheres
Apesar
de todo o tradicionalismo que imperou nesta época, a geração silenciosa
presenciou as primeiras vitórias do movimento feminista, isto porque dos anos
10 aos anos 30 as mulheres conseguiram obter direitos trabalhistas e direito de
voto em termos mundiais. Esta vitória histórica só foi possível porque como os
homens estavam a lutar nas guerras e as fábricas tinham de continuar a
funcionar, a alternativa foi a utilização da mão de obra feminina. Acabada a
guerra e com os homens de regresso a casa, as mulheres tiveram de se impôr para
não voltarem só às «lides domésticas». Como tal, a sociedade teve de aceitar o
novo papel que a mulher começou a exercer em tempos de guerra.
A
«geração silenciosa», na década de 30, assistiu ao surgimento de tecnologias,
cuja eletricidade começava a chegar à casa das pessoas, onde a indústria do
lazer se iniciava com a música popular, o rádio e o cinema começavam a fazer
parte da vida das pessoas. Assim, estes novos medias fizeram com que novos
pensamentos circulassem e os costumes passassem a ser repensados.
Como
prova da ascensão das mulheres na sociedade, que até aqui eram submissas,
passam a ter acesso ao estudo e a quebrar alguns paradigmas. Por exemplo, a
moda sofre alterações, cujas roupas começam a marcar a silhueta feminina,
começam também a surgir alguns “feitos” femininos pelas mãos da dramaturga Mae
West, da escritora Doroty Parker e da recordista Amelia Eartheart.
A
atriz sueca, Greta Garbo, que é considerada um ícone de beleza nesta época,
surge no cinema com roupas mais ousadas. É através da atriz que se dá o início
da ascensão da nova imagem da mulher. Estas usam cabelos curtos e tiaras e
começam a mostrar a sua personalidade: têm vontade própria e os seus
pensamentos devem ser ouvidos e respeitados.